Sobre abrir mão para viver novas experiências


Este texto é daquele que estão guardados no íntimo esperando só o momento certo para sair. E depois de (quase) dois anos, ele resolveu tomar forma através das palavras. Mas porque só agora? Porque hoje eu consigo olhar para a Gabriella recém-formada com orgulho das decisões que ela tomou. Claro que não foi fácil, naquela época o coração ficou apertado, o sono foi embora, a concentração estava desequilibrada e as lágrimas, muitas vezes, foram a minha companheira. Na hora do desespero. Na hora de ter conversas que eu sabia que iam ser pesadas. Na hora de tentar achar uma luz naquela incerteza. Na hora que eu resolvi deixar tudo nas mãos de Deus.

Desde o momento que eu decidi que ia estudar fora de São Paulo comecei a abrir mão de muitas coisas para realizar esse sonho. Na época da universidade deixei de participar de comemorações familiares, deixei de ter férias para fazer estágio, deixei de comer 100% bem pra economizar e ter dinheiro pra ir pra casa, deixei de ficar perto da minha família, namorado e amigos. E por mais que tenha sido difícil abrir mão de tudo isso, elas valeram muito a pena.


Mas foi em 2016 que eu tive que fazer uma das escolhas (até o momento) mais difíceis da minha vida. Voltar para São Paulo ou aceitar gerenciar um projeto no atual local de trabalho? Para algumas pessoas a resposta sairia na lata, mas, para mim, foram semanas para saber qual seria a resposta para essa pergunta. E depois de muito pensar e refletir, decidi abrir mão de morar junto com o Roberto e ficar perto da minha família, para continuar em Ouro Preto e começar a construir a minha carreira.

Ter tomado essa decisão fez com eu abrisse mão de muitas coisas, principalmente no lado pessoal. Tanto, que até uns meses atrás eu sentia um pouco de culpa por pensar mais no meu profissional do que no meu namoro e até em alguns casos, ficava receosa em sugerir algo para o Roberto porque sabia que ele já tinha aberto mão de muitas coisas (dele) para que eu realizasse os meus sonhos. E foram as conversas sinceras, confiança e companheirismo que fez com, em julho de 2018, o Roberto viesse morar comigo em Ouro Preto.           
   
O ponto que quero chegar é que em alguns momentos vamos ter que abrir mão de algumas coisas e as pessoas ao nosso redor vão ter que entender essas escolhas, e vai caber a elas continuar caminhando ou não com você. Outro ponto, é que oportunidades não surgem do nada, você é que faz elas aparecerem. E eu comecei a fazer a minha desde a época que era estagiaria na Associação e de lá para cá aprendi a trabalhar com empresários, me tornei consultora de um programa que é desenvolvido no país todo pelas Associações Comerciais, participei de congressos, conheci Araxá, Brasília e diversas cidades de Minas que não conhecia.

Essas mesmas oportunidades que venho criando, fizeram com que eu tivesse mais confiança em mim mesma; confiança na minha capacidade; confiança que posso chegar mais longe; confiança em participar de duas reuniões (no mesmo dia) com o prefeito e com a juíza da cidade; confiança em bater as metas diárias; e confiança de ser confiada a gerenciar um evento para 200 pessoas e a semana que a sua gestora não estará presente.

Então, se você tiver que abrir mão de algumas coisas para viver novas experiências, abra. E sem dúvida. Porque o medo vai aparecer, mas ele será a mola propulsora para não deixar você desistir.

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