Morando sozinha: Os três primeiros meses
PRIMEIRO MÊS
A primeira semana foi um misto de independência e sentimento
de gente grande. Arrumar a casa do meu jeito, tomar banho de porta aberta,
lavar a louça na hora que eu quiser, dormir fora de casa e não precisar dar
satisfação para ninguém, foi maravilhoso. E ver a reação dos outros quando digo
que moro sozinha, foi mais que um sentimento de independência, foi a
confirmação de uma grande conquista.
A segunda semana, por ter sido carnaval, fiquei mais em SP
do que em Ouro Preto, mas os dias que estive só não foram fáceis. Não sei se
foi a sensação de que eu estava voltando para minha casa ou a de que ainda não
tenho nada (me mudei com apenas uma cama, um filtro e algumas coisas para
comer). Mas é o que sempre digo – pra mim mesma e para os outros -, é
necessário que a gente fique um pouco na bad pra poder olhar as coisas com mais
clareza. Já a terceira semana eu decidi começa-la com o pé direito e assim foi.
Trabalhei muito, sorri muito, tive boas notícias e ainda participei de
conquistas de pessoas queridas.
Varanda que contorna a casa |
SEGUNDO MÊS
O segundo mês foi dedicado para que eu me habituasse a nova
casa e me organizasse financeiramente. Como já tinha decidido que não ia para
SP direcionei todas as minhas tenções ao trabalho, afinal também começava uma
nova etapa, de prestadora de serviço passei a ser funcionaria. Nesse mês ganhei
uma geladeira, o muro de casa foi concluído e comecei a planejar a decoração de
cada cômodo.
Algo que morar sozinha me deixou, foi ser corajosa com os
insetos tanto que já perdi as contas de quantas baratas matei, com inseticida,
claro haahahahahaha. Foi também no segundo mês que o Roberto decidiu quando vai
se mudar para cá e demos início ao planejamento da sua vinda. No segundo mês
também aprendi que não devo acumular roupa suja, porque agora não tenho máquina
e tudo tem que ser lavado na mão. Aprendi também a me virar com a comida,
principalmente aos finais de semana.
TERCEIRO MÊS
No terceiro mês o sentimento de pertencimento da nova casa
já estava mais forte, principalmente o “voltar” todas as vezes que dormia fora.
O “estar sozinha” que algumas pessoas acham péssimo, já virou hábito e por
ainda não ter televisão e internet fui aprendendo a curtir mais a minha própria
companhia, a descansar mais a mente e a voltar o hábito de ler todas as noites.
Como já tinha 1 mês que não ia para SP (e não via o boy), me
programei para passar três dias lá. A volta não foi tão dolorida quanto no
primeiro mês, mas foi um misto de “em breve não saberei com qual frequência vou
voltar pra cá” e “não vejo a hora de chegar de casa e ver se está tudo ok”.
O terceiro mês me ensinou a não sofrer (tanto) com os
obstáculos no caminho, me mostrou que é possível fazer várias coisas com pão e
que se gasta muito no supermercado.
Vista do terraço |
Morar sozinha é uma escolha que deve ser bem pensada e
planejada (preferência). Morar sozinha é um tipo de liberdade que requer
cuidados. Morar sozinha é um ato de coragem onde você vai descobrir quais são
as suas maiores forças e fraquezas.
Tentei transformar em texto como que foram os três primeiros
meses na casa nova e espero ter conseguido passar um pouco dessa experiência.
Em breve o Roberto vem pra Minas e ai vai começar uma nova etapa, a vida a
dois, e ai serão novos desafios. E como extensão dessa nova fase, criei um
instagram de decoração (@nossolar.17 já segue lá) pra compartilhar as mudanças
que for fazer na casa e tudo que for relacionado a esse universo. A minha
intenção é mostrar que gastando pouco da para decorar uma casa.
E pra quem vai sair de casa pra morar com as amigas ou com
outras pessoas, no canal do Lucidez Feminina (blog que já fiz parte) tem vários
vídeos sobre o assunto.
beijos, beijos